segunda-feira, 14 de julho de 2008
A melhor arma contra as premissas totalitárias do socialismo-comunismo é a informação clara e precisa.
Alguns amigos socialistas e comunistas meus são críticos muito implacáveis das minhas declaradas e ferrenhas antipatias ao ideal socialista e comunista. Acusam-me de conservador, reacionário, fascista, pupilo do Olavo de Carvalho, e outras coisas que estão fora de minhas aspirações. Muitos me julgam tendencioso em rotular o socialismo-comunismo como essencialmente totalitário, apesar de não ser tão genérico, quanto às aspirações de todos os socialistas-comunistas. Não penso que todos os socialistas-comunistas sejam necessariamente totalitários. Porém, penso que, por mais que aspirem a liberdade, a democracia, os direitos humanos, as premissas socialistas-comunistas que eles tanto admiram são incompatíveis com os ideais de liberdade que tanto pregam. A defesa de uma “pátria socialista-comunista”, ou de um Estado socialista-comunista, por mais voluntarista e honesto que seja, seus meios são totalmente adversos do fim esperado.
A crença de um poder voluntarista e misericordioso, dificilmente resiste a corrupção quando ele é ilimitado. Se o poder tende a corromper, o poder absoluto corrompe absolutamente. O Estado socialista/comunista, por mais honesto e moralmente virtuoso que ele possa parecer, ninguém tem o direito de possuir tanto poder sobre a sociedade e a vida dos outros, ainda que fazendo isso em boa causa. Aliás, muitos déspotas impuseram a tirania, supondo que faziam por uma boa causa. O inferno está cheio de boas intenções. Tal raiz moral do socialismo-comunismo é particularmente perigosa, pois invoca uma aura religiosa e messiânica dos poderes absolutos do Estado. Antes acreditarmos que os indivíduos tenham o direito de escolher o melhor para si, do que apenas alguns iluminados do Estado, partido, da história ou de sei lá quem seja, escolher por todos.
Mas tal fator suscita novas reflexões. Como explicar a popularidade de um sistema, que em toda a sua vigência política, ideológica e real, em nome do povo e do proletariado, foi um dos modelos mais opressores da história? Por que se romantiza um sistema político que soube numa tacada só, destruir violentamente todas as liberdades mais básicas e causar uma coleção incrível de sofrimento e violência? Como acreditar que esse modelo, com todo o seu histórico de horror, ainda seja uma alternativa cabível?
Muita gente idealiza o socialismo-comunismo e se solidariza com a idéia poética da “propriedade coletiva”, da “solidariedade”, da “igualdade material” ou “social”, da “vontade popular” e outros chavões surrados. Tais discursos são preparados para jovens ingênuos, eternos indignados e possíveis massas de manobra, que caem sem uma reflexão mais séria e apurada dos perigos do igualitarismo e coletivismo radical. Esquecem que a liberdade nem sempre se coaduna com o ideal de igualdade, e a coletividade, cultuada como a vontade suprema pelos socialistas-comunistas, pode ser a causa mais aterradora de legitimação da tirania, da ditadura e do despotismo.
A “propriedade coletiva”, ao contrario da retórica marxista, antes de ser a propriedade de todos, nos países comunistas se tornou a “propriedade de um só”, nada mais medonho do que um Estado ditatorial e um tiranete de plantão. Em nome da coletivização da propriedade, o Estado, na prática, se outorgou em confiscar a riqueza de seus próprios cidadãos, submetidos à condição de meros servos.
A “solidariedade” socialista-comunista foi uma verdadeira paranóia coletiva, o terror institucionalizado do regime na cultura persecutória do alcagüete, que dividia e isolava os cidadãos em desconfianças mútuas, no medo de ser delatado por algum traiçoeiro servil ao partido. Em suma, uma moralidade em que a traição dos vínculos pessoais, particulares e familiares em favor do regime eram recompensados, na subserviência e “lealdade” ao poder constituído. Não é por acaso que famílias inteiras foram presas e deportadas por alguma fofoca de um desafeto ou até parente, sem formalidade legal alguma.
A “justiça socialista-comunista” foi uma inquisição ideológica, uma caricatura de justiça, um jogo de cartas marcadas, para fazer de “sabotadores” e “inimigos do povo” os bodes expiatórios do regime, vitimas temerosas para as massas cada vez mais amorfas e medrosas.
A “igualdade material” e “social” foram pretextos para a uniformização da condição social dos indivíduos, de suas crenças, seus valores, impostos pelo partido único, detentor do domínio da imprensa e da educação, a fim de que quaisquer dissidências políticas e de pensamento fossem suprimidas. Não é por acaso que o poder absoluto do unipartidarismo e o controle total das fontes de informação foram métodos de domesticar e moldar arbitrariamente a realidade dos indivíduos, presos na redoma das ideologias impostas pelas versões oficiais do Estado.
E, diga-se de passagem, a “vontade popular” dos regimes socialistas-comunistas é um circo de massificação conduzida por uma propaganda e terror policial do Estado, a fim de se legitimar como poder único e reprimir as minorias dissidentes. A idéia da “vontade da maioria”, tão conclamada pelos socialistas-comunistas, na organização sistemática das massas, é uma farsa, a fim de reprimir a própria liberdade dessas pessoas, quando manifestadas individualmente. Ora, não há melhor forma de aniquilar a liberdade, senão aniquilar a independência do pensamento individual. É fácil manipular a coletividade, o que está estabelecido. Difícil é prever o que os indivíduos pensam na particularidade e no silêncio. É por isso que os regimes ditatoriais e totalitários não toleram o princípio liberal do individualismo político, porque temem pensamentos independentes. E não tolerando o individualismo político, logo, não toleram dissidências. Já nos alertava Alexis de Tocqueville sobre os problemas do igualitarismo socialista, nos dizeres da “igualdade na liberdade” e “igualdade na servidão”. Impressionante como as idéias do lúcido aristocrata francês permanecem tão atuais.
O curioso, todavia, é que com todo este histórico tenebroso, o socialismo-comunismo é a bandeira de ordem, a redenção dos rejeitados, gays, lésbicas, degredados, drogados, sexualmente liberados, miseráveis, descamisados, feministas ensandecidas, enfim, tudo o que se chama “lumpemproletariat” ou à margem da sociedade. Contudo, uma coisa há de se contrastar: os gays, lésbicas e os demais rejeitados conquistaram mais espaços e dignidade política numa puritana democracia de tradição liberal e “burguesa”, do que nos draconianos regimes socialistas-comunistas em questão (madame Kolontai que o diga). É mais fácil encontrar gays e lésbicas no poder, num regime democrático inglês ou dinamarquês da vida, do que na tão falada “democracia cubana”, que os expulsa para Guantânamo ou Miami, como leprosos com “desvios burgueses” ou “anti-sociais”. Drogados têm mais liberdade na calvinista e sonolenta Holanda, do que na carrancuda e maoísta China (que os recupera com bala na nuca).
A melhor arma contra as premissas totalitárias do socialismo-comunismo é a informação clara e precisa, ou seja, o esclarecimento dos fatos contra os idealismos equivocados. Para certas pessoas que se dizem socialistas-comunistas, os expurgos do stalinismo, as orgias de violência da revolução cultural chinesa, o massacre da Primavera de Praga, os fuzilamentos da Revolução Cubana, as guerrilhas sanguinárias da América Latina e outras atitudes imorais e desumanas passam despercebidas, ora como se não existissem, ora como se fosse evento de somenos importância ou induzido por uma suposta “mídia burguesa”.
Não é mistério para ninguém que o socialismo-comunismo foi um verdadeiro fiasco, pois no intuito de trazer o céu para o mundo, em muitos aspectos acabou trazendo o inferno (o que é inexplicável racionalmente como alguém perde tempo com essa velharia ideológica). O socialista-comunista que deu certo foi aquele que jogou toda a ladainha marxista-leninista para o ralo da história, e entrou na dinâmica da democracia e pluripartidarismo. E ao contrario de suprimir o capitalismo por decreto, acabou por se tornar social-democrata (para horror dos leninistas mais caninos), antes querendo humanizar as relações econômicas, do que desejar suprimi-las pela mão férrea do Estado. De fato, abandonou o marxismo.
Não pretendo com meus escritos mudar as opiniões dos meus amigos a respeito de suas aspirações (seria um ato de prepotência), mas sim alertá-los a refleti-los sobre os perigos que os raciocínios totalitários do socialismo-comunismo oferecem a liberdade. O socialismo-comunismo, na sua essência, não parece compatível com a sociedade livre, aberta, democrática e solidária que muitos socialistas-comunistas desejam aspirar.
Há, aliás, nos meios socialistas-comunistas, uma particular e irresistível atração pelo obsoleto. Certas pessoas devem parar de admirar o que nunca deu certo, e com tantos riscos de erros novos a fazer, não há razão para permanecer nos mesmos erros antigos. A história, mestra da vida, tem exemplos de sobra para mostrar e orientar-nos sobre isso. A vindoura “pátria socialista-comunista” seria apenas um país imerso de velhas aflições.
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37 comentários:
Este texto diz tudo, Toltalmente verdade, penso que ainda faltam mais algumas verdades. Marco
Encontrei este blog nem sei como e por incrivel que pareça identifico-me muito com estes artigos. É bom saber que há pessoas em Portugal que se preocupam com este tipo de problemas e não os ignoram como o nosso governo. Força e continuem. Éra bem que este espaço fosse mais conhecido pelos nossos cidadãos que tem a informação filtrada pelo socialismo em que tudo parece estar controlado e tudo se premite e tudo é de boa fé sem que nada se faça. Carlos Oliveira
Senhor Carlos terá de pensar melhor...
Parece que a persiana persuasiva do comunismo se abriu mostrando a crua realidade da sua ideologia!
Nuno Teixeira
Nos tempos em que correm ñ é o cumunisto que nos aflige, porque este esta morto,o que esta a destruir a sociedade é o social-capitalismo-imperial, uma nova ordem que esta a surgir no mundo, que só os ricos é que são os poderosos, destruindo assim as nações e levando a pobresas e por fim a imigração desmesurada,e tudo mais nos ja conhecemos, para parar isto é preciso a independencia das nações a esse mal,ora Portugal é e ñ é independente, esta entre a espada e a parede em ter entrado para a UE, depois temos os EUA vs UE,que fazem peso pesado com as suas politicas para ver quem é o mais rico, quem paga? o mais pequeno,é preciso lutar pelo patriotico nacionalismo se ñ...do resto ñ temeis o comunismo por que esse este morto,temei sim as politicas que estam a ser construidas para um fosso cada vez mais fundo entre as desigualdades entre povos nativos e povos invasores, e o resultado é o que se ve desigualdade social, vamos acabar com estas politicas, PORTUGAL MAIS PARA OS PORTUGUESES.
Este texte foi escrito na 1ª pessoa, penso que é obrigatório referir o seu autor.
abraço e continuação
Este blog tem muita informação desnecessária...o que se pode tornar para um bloguista algo sem interesse.
COntinuem, não está nada mau
"Este blog tem muita informação desnecessária...o que se pode tornar para um bloguista algo sem interesse.
COntinuem, não está nada mau"
Aceitamos a sua opinião classificativa sobre o blog; No entanto, como o principal objectivo da sua existencia é a divulgação de valores nacionalistas (acima de tudo), é normal não se poder agradar a "gregos e troianos".
Saudações
Sim, sem dúvida que pude verificar o tipo de valores que este blog tenta divulgar. Aceite isto como crítica construtiva.
Para quem se está a iniciar como bloguista não está nada mal.
Cumprimentos
Aceitamos, claro! Se temos Blog é porque contamos com todo o tipo de criticas desde que devidamente fundamentadas e constructivas.
Cumprimentos
O 1º comentário do Anónimo está uma miséria! Reveja um pouco o seu português.
&Zeta
Com certeza, tenho gosto em saber isso Nuno Teixeira. Abraço
&Zeta
Sim, é importante escrever bem o Portugues, mas acima de tudo, é, ainda mais importante, o seu conteúdo (comentário).
Cumprimentos
Pois, mas não vejo nem conteúdo, nem português. O Sr Nacionalista vê algum destes dois aspectos?
&Zeta
"Este texto diz tudo, Toltalmente verdade, penso que ainda faltam mais algumas verdades. Marco"
Vejo conteudo. O autor do comentário procura dizer que está de acordo, mas, no entanto, acrescenta que a ausencia de outras "verdades" (ou melhor: factos) é notória.
Tem gosto em saber o quê, sr(a) &Zeta?
Nuno Teixeira
Agradeço o esclarecimento, mas fico à espera da resposta do anónino, autor do comentário.
Sucesso com este blog.
Cumprimentos
&Zeta
Então o Sr é o criador deste blog e assume três personalidades.
1) Adminstrador
2) Nacionalista
3) Anónimo
&Zeta
Sou UM dos criadores deste blog. E assumo apenas a cara de NUNO TEIXEIRA (quando o assunto me é pessoal), e NACIONALISTA's (em nome do blog em si, porque como digo, somos uma equipa, e respondo sob essa denominação quando o assunto/critica é colocado/a ao blog em si).
Nuno Teixeira
Esclarecido.
Com Amizade, &Zeta
E porque não tenho qualquer problema em me identificar como um dos criadores deste blog, esclareci a sua duvida, que em nada tem a ver com o conteudo informativo do blog. O Autor do 1º comentário certamente quando tomar conhecimento da sua resposta, irá escrever em sua defesa, penso eu. Quanto ao meu 1º comentario assinado por Nuno Teixeira (Eu mesmo) deve-se ao facto de não ter sido eu o autor deste artigo publicado e daí comentar sob o meu nome pessoal e não de equipa :)
Cumprimentos
Nuno Teixeira
Parece que quando não se tem argumentos nem defesa se começa a tacar por coisas mesquinas... Pois o senhor anónimo deveria era falar do assundo e conteudo deste artigo. Parece que doeu um pouco não. ASS: Marco
quem publicou este artigo fui eu Lord ss 14/88. E porquê? Porque não me agaradam as ideias socialistas nem comunistas. E aqui neste blog não se filtram opiniões nem assuntos de caracter politoco como se faz num certo blog de Carrazeda, em que eu própreo emviei um comentário e não foi publicado por censura. Pois a melhor arma é a informação clara e precisa. Nós Nacionalistas existimos e estamos bem perto em Carrazeda... ASS LORD SS 14/88
Repare eu apenas critiquei construtivamente o facto deste blog tem excesso de informação e o português do 1º anónimo.
Não deixe de administrar este blog, está no bom caminho (sem ironias).
Prometo que mais tarde comento um dos seus artigos.
Cumprimentos
(De qualquer forma estamos de acordo em relação ao festival medieval)
&Zeta
__________________________________
Anónimo Sr. Marco? Reveja também o seu português.
&Zeta
Com certeza e nunca critiquei o facto do tipo de informação que aqui predomina...apenas critiquei o exagero de informação.
Se os Nacionalistas existem bem perto de Carrazeda porque não aparecem?
Cumprimentos,
&Zeta
Quanto ao excesso de informação, reparei que não assinou! Por isso apenas enumerei o seu reparo quanto ao 1o comentário!
Nuno teixeira
Existem aqui várias contradições, repare:
"Sou UM dos criadores deste blog. E assumo apenas a cara de NUNO TEIXEIRA (quando o assunto me é pessoal), e NACIONALISTA's (em nome do blog em si, porque como digo, somos uma equipa, e respondo sob essa denominação quando o assunto/critica é colocado/a ao blog em si)."
Aqui voçê já utilizou o nome de Nuno Teixeira pelo nome de Nacionalistas.
&Zeta
Nós estamos sempre por aí em CRZ, Já me cruzei com vossa exª muitas vezes. ASS LORD SS 14/88
Assinei NUNO TEIXEIRA! Não sei se reparou.
Esqueça, não percebeu!
Reveja a conversa. &Zeta
Quem me parece que não percebeu foi voce, fui bastante claro nos porque's da utilização de NUNO TEIXEIRA e NACIONALISTA'S!
Nuno Teixeira
Pois nós não temos intenções de ser blogistas mas sim divulgar imformação, opiniões e matérias que são tabu em Portugal. Muita gente quer ler sobre estes temas. Quer voçês queiram ou não o nacionalismo está a cescer em Portugal. Não queremos insitar á desordem nem aos maus caminhos nem impor ideias, mas sim disponibilizar imformação. ASS LODR SS 14/88
Ao ver, ha sempre alguem que lhe serve a carapuça, ja agora pergunto a esse alguem, acha justo algumas situações em Portugal e tambem no nosso concelho?
Olhe que ainda ha muita gentinha a emigrar, é só...
Pois eu não tive a sorte que você teve de estudar, pois o meu estado teve mais preocupado em ajudas forasteiros que a mim filho da própria nação. Por não ter tido a sorte e dinheiro para estudar não quer dizer que não possa ser nacionalista e dar as minhas opiniões da maneira que sei, por não ter tido a sorte de poder estudar e ser ajudado pelo meu país não tenho que me calar certo? A sua violência reflecte incompreensão e falta de sensibilidade para pensar o porquê dos meus erros. Portugal sempre. E espero que ajude os portugueses que agora precisam e não aconteça o que me aconteceu, mas para esses imigrantesecos há sempre.... ass Marco
O Sr. Marco é então um revoltado?
O que pretende mudar? Acha que vai mudar alguma coisa? Relativamente aos Imigrantes, caso tivesse poder, o que pretendia fazer quanto a isso?
(apenas algumas dúvidas)
Cumprimentos
&Zeta
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Compreendo a Vossa ideia, mas senhores Administradores pude reparar mais uma vez que continua a existir aqui uma grande quantidade de informação.
Penso que a melhor opcção seria de não colocar tantos artigos por dia e esses artigos não serem tão extensos
Reparem o que é extenso cansa ao leitor, e na maioria das vezes este acaba por não o começar a ler.Apenas comenta por o título e não pelo conteúdo. E como podem verificar já estamos no 35º comentário.
A sério pensem nisso.
Cumprimentos
&Zeta
Fica a sua sugestão.
Z diz: "Penso que a melhor opcção seria de não colocar tantos artigos por dia e esses artigos não serem tão extensos
Reparem o que é extenso cansa ao leitor, e na maioria das vezes este acaba por não o começar a ler." Pois foi o senhor que me sugiriu ler para não dar tantos erros,estou a ver que não é amante da leitura. Pois concordo com os adiministradores, para as matérias serem bem explicadas tem que ter conteúdo certo? Resumidos retira muito da intenção e explicação... ass Marco
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