quarta-feira, 16 de julho de 2008

Lobo Ibérico (Um valor em queda)



Identificação:
Carnívoro de grande porte, sendo actualmente o maior canídeo selvagem. Região anterior do corpo bem desenvolvida e região lombar forte, arredondada e ligeiramente encurvada. Patas dianteiras ligeiramente maiores que as posteriores. Cauda espessa quase sempre caída entre os membros posteriores quando se desloca. Cabeça volumosa e alongada, de aspecto maciço e focinho largo. Orelhas rígidas e triangulares, relativamente curtas e pouco pontiagudas. Olhos frontalizados, oblíquos em relação ao focinho e cor de topázio. Corpo relativamente comprido e membros compridos, estreitos e fortes, com patas volumosas. Pelagem do tronco é castanho amarelada; o focinho, ruivo com tons de intermédios entre o canela e o amarelo canela, apresenta uma região mais clara, em tons de branco sujo, que parte obliquamente da garganta até ao ângulo externo do olho. As orelhas apresentam, externamente, manchas avermelhadas, sendo de cor creme do lado interno. A nuca, tal como o peito, é de cor parda. A garganta é castanho avermelhada na base, apresentando tons de bege a castanho na restante superfície, dorsalmente, o pescoço é da cor do dorso. Este é marcado por uma lista negra, que se estende do pescoço à cauda. Os membros têm uma coloração entre o castanho e o bege, internamente, e o castanho e o ocre, externamente. Exibem, longitudinalmente, na região anterior, uma lista negra muito bem definida, mais visível no Inverno. A pelagem de Inverno apresenta tons mais escuros e é mais densa que a pelagem de Verão.

Como animal de carácter esquivo e hábitos nocturnos, a sua observação no meio natural torna-se puramente um golpe de sorte. Contudo, são frequentes os indícios da sua presença - dejectos de cor variável, exibindo quando frescos tons escuros e um odor muito característico, sendo depositados no solo ou em pequenos arbustos ao longo de caminhos ou encruzilhadas; pegadas, muito semelhantes às do cão, mas que em conjunto formam um trilho bastante rectilíneo. São ainda possíveis identificar restos de presas resultantes dos seus ataques, os quais apresentam diferenças em relação aos ataques proferidos por cães.


Ecologia:
Espécie que vive em alcateias formadas por 3 a 8 indivíduos, devidamente hierarquizados. Existe um par dominante (par alfa). Os locais habitados por lobos caracterizam-se por baixa pressão humana, embora com elevada taxa de actividade pecuária e uma topografia acidentada. De actividade essencialmente nocturna, podem percorrer num só dia cerca de 20 a 40 km à procura de presas: mamíferos de médio e grande porte.


Reprodução:
Geralmente acasalam para toda a vida e, usualmente, apenas o par alfa se reproduz. Atingem a maturidade sexual por volta dos 2-3 anos de idade. Apenas se reproduzem uma vez por ano – fim do Inverno ou início da Primavera (Janeiro a Março) – altura em que ocorre o acasalamento. Os nascimentos dão-se, em geral, durante o mês de Maio ou Junho. As ninhadas têm geralmente 3 a 8 lobitos nascendo com os olhos fechados e necessitando de cuidados parentais. Em finais de Outubro saem dos locais de criação e iniciam a sua aprendizagem de caça.


Estatuto:
Classificado, mundialmente, como espécie Vulnerável, de acordo com a 1990 IUCN Red List of Threatened Animals da União Internacional para a Conservação da Natureza. Encontra-se protegido pela Convenção Relativa à Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa (Anexo II Convenção de Berna, 1979), pela Convenção que regulamenta o Comércio de Espécies Selvagens (CITES - Anexo II A).
Em Portugal está classificado com o estatuto de espécie Em Perigo (EN), onde se incluem as espécies que enfrentam um risco muito elevado de extinção na natureza. De acordo com a Lei n.º 90/88 de 13 de Agosto (Dec-Lei 139/90 de 27 de Abril), encontra-se totalmente protegido, sendo proibido o seu abate ou captura, a destruição ou deterioração do seu habitat e a sua perturbação em especial durante os períodos de reprodução e dependência (Artigo 1º, alíneas a, b e c).

Em Espanha é considerado Vulnerável de acordo com a Lista Roja de los Vertebrados de España (ICONA, 1986).


Factores de Ameaça:
As causas do declínio do lobo são a sua perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e do destruição do habitat e pelo aumento do número de cães vadios/assilvestrados.

A redução progressiva do número de ungulados silvestres (corço e veado) levou a que este predador tivesse que recorrer aos animais domésticos como recurso alimentar. Deste modo, a perseguição directa por parte dos pastores que sofrem prejuízos avultados nos seus rebanhos, sofreu um incremento, apesar da lei que o proíbe. Nas últimas décadas assistiu-se à destruição do habitat preferencial do lobo, com a construção de grandes infra-estruturas viárias levou à fragmentação e redução da área de distribuição do lobo em Portugal. Actualmente, também a existência de um elevado número cães vadios/assilvestrados afecta a sobrevivência do lobo uma vez que competem com o lobo na procura de alimento, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo.




Informação Retirada de: http://carnivora.fc.ul.pt/lobo.htm

3 comentários:

Anónimo disse...

Existem no mundo trinta e duas subespécies de lobos, as quais, atendendo à cor da sua pelagem, formam quatro grupos distintos: lobos brancos, lobos vermelhos, lobos cinzentos e lobos pardos. A subespécie que habita a Península Ibérica pertence ao grupo dos lobos pardos e o seu nome científico é Canis lupus signatus. Esta designação fica a dever-se ao facto de esta subespécie apresentar uma série de sinais ou marcas na pelagem, que os diferencia do lobo europeu. Unico no mundo e está em Portugal. ASS LORD SS 14/88

PILOTO disse...

Ñ é só o lobo que esta a desaparecer, tambem a caça em si esta a desaparecer,mas o lobo desaparece devido a politica de reflorastação do pais que simplesmente ñ ha, e a floresta é e sempre foi um meio primitivo de subsistencia de um povo, uma vez que ñ ha florestas para habitat para especies como o lobo e outras o ecosistema esta logo em partida desiquilibrado, eu apostava numa reflorestação massiça do pais para ñ só criar riqueza vindoura como inaltecer a flora e fauna que se esta a perder, o caso do lobo tambem se da pelos envenenamentos e os inumeros incendios, tudo isto causados por pastores sem duvidas, é uma pratica ancestral de renovar pastos( até um leigo na materia o sabe)para a Primavera,e contado por os proprios pastores que eu tenho conhecimento - eles poem uma pequena vela a arder com materia sufeciente para que lhes deia tempo para que cheguem a casa ou a corriça e depois da-se o incendio. Para combater isto devia de a policia florestal estar mais no terrano e os bombeiros serem profissionalisados e destrebuidos na epoca alta de incendio pelos concelho em vez de estarem a encanacar cerveja no quartel, é pena que tenhamos que assistir ao fim de mais uma (ex)especie.

Anónimo disse...

Acho tambem importante referir isto:

O lince-ibérico é actualmente considerado o felino mais ameaçado do mundo e encontra-se classificado como espécie Criticamente em Perigo (CR) pelos Livros Vermelhos de Portugal e UICN, onde se incluem as espécies que enfrentam um risco extremamente elevado de extinção na natureza. Também se encontra protegido pela Convenção de Berna (Anexo II) e pela Convenção que regulamenta o Comércio de Espécies Selvagens (CITES - Anexo I A), sendo considerado pela Directiva Habitats como uma espécie prioritária.
As principais ameaças à sua sobrevivência são a acentuada regressão do coelho-bravo e a destruição dos habitats mediterrânicos.

A regressão desta espécie em Portugal iniciou-se sobretudo aquando da "campanha do trigo" nos anos 30-40, altura em que o seu habitat foi consideravelmente reduzido. Mais tarde, a mixomatose e a febre hemorrágica viral foram responsáveis por uma acentuada regressão das populações de coelho-bravo, principal presa da sua dieta. ASS LORD SS 14/88